Primeiras impressões sobre “missão de prospecção” na Etiópia

28 de janeiro de 2015 - 16:45

“A Etiópia tem profundas carências de infraestrutura em saneamento básico e o Brasil pode contribuir com o desenvolvimento do setor naquele País. Foi uma experiência intensa”. A declaração é do analista Alceu Galvão, coordenador de Saneamento da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará – Arce. Ele compôs a comitiva que viajou até  Adis Abeba, capital da Etiópia. A visita fez parte de uma “missão de prospecção” a convite do Ministério de Água, Irrigação e Energia do governo etíope, que, com a iniciativa, procura promover uma sinalização de cooperação trilateral entre Brasil, Etiópia e o Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef.  

Conforme Galvão, já está em fase de elaboração o relatório que servirá de base à citada cooperação.   Ele adianta alguns dados surpreendentes:  cada habitante etíope conta apenas com 20 a 40 litros de água por dia;  apenas dez por cento da Capital tem acesso à rede de esgoto e ao uso predominante da latrina (uma abertura no chão, onde são armazenados excrementos).  Segundo Galvão estes são fatores que marcam como grave o quadro de saneamento do país. “Do ponto de vista geopolítico, a Etiópia é a porta de entrada da África, pois sedia a União Africana, o que torna ainda mais necessária e urgente essa cooperação”, complementa.  Conforme a Organização das Nações Unidas – ONU, cada pessoa precisa de cerca 110 litros de água por dia para atender suas necessidades de higiene e consumo.

A comitiva brasileira esteve na Etiópia entre os dias 17 e 26 de janeiro. Além da Arce, compuseram o grupo representantes do Ministério das Cidades, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), da Agência Nacional de Águas (ANA), da Associação Brasileira de Cooperação (ABC), da Companhia de Água e Esgoto do Ceará – Cagece. e do Unicef. A necessidade da visita foi identificada quando o Unicef detectou que o país precisava de ajuda na área de saneamento e de recursos hídricos. Em visita realizada ao Brasil, em 2013, uma comitiva da Etiópia conheceu o Sistema Integrado de Saneamento Rural – Sisar, e possibilitou a troca de informações preliminares no que se refere ao setor, incluindo visitas de campo às cidades de Fortaleza e Sobral, além da contribuição da Arce em pontos que envolvem a regulação e fiscalização dos mencionados serviços. A missão de prospecção dá continuidade aos desdobramentos surgidos nesse primeiro encontro e atende à demanda do Governo da Etiópia.

O Sisar é um modelo de gestão de saneamento rural que, no Ceará, foi aplicado pela primeira vez em 1996, por meio do banco alemão KFW. Quem coordena e fiscaliza o gerenciamento o Sisar no nosso Estado é a Companhia de Água e Esgoto do Ceará – Cagece. Ao todo, já são oito unidades do Sisar no Estado, funcionando em forma de organização não-governamental (ONG), sem fins lucrativos, composta pelas associações das comunidades beneficiadas. O objetivo do Sisar é que a própria comunidade rural administre o sistema de abastecimento de água de forma autossustentável e sem desperdício. O modelo é adotado em 528 localidades, distribuídas em 119 municípios. São cerca de 433 mil pessoas beneficiadas com o sistema, nas bacias hidrográficas localizadas em Fortaleza, Crateús, Sobral, Juazeiro do Norte, Acopiara, Quixadá, Russas e Itapipoca.

 

28.01.2015

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Angélica Martins

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